Na revista Veja desta semana tem uma reportagem sobre os estudos do psicólogo americano John Cacioppo, em que ele fala sobre solidão. Segundo ele, a sensação de isolamento tem efeitos semelhantes a fome e a dor. Ele defende também a idéia de que não é preciso casar para ser feliz e que as redes sociais como o facebook, são boas desde que não substituam as interações na vida real. Cacioppo explica que a solidão tem um forte componente genético. Por isso, algumas pessoas precisam de menos companhia do que outras.
EVOLUÇÃO – A solidão não é apenas isolamento físico. Muitas pessoas podem estar casadas, com filhos e ainda assim estar sós. É o ditado “estar só no meio da multidão”. Caracterizada pela sensação de vazio, a solidão nos motiva a mudar, procurar companhia. Foi por causa da solidão que os homens procuraram se agregar, pois estar em sociedade é imprescindível para a sobrevivência e a prosperidade.
GENÉTICA – A solidão é 50% hereditária e 50% circunstancial. Num contexto evolutivo, os mais sensíveis ao isolamento são aqueles que não se desgarram facilmente do grupo, fazendo tudo para mantê-lo unido. Os menos sensíveis ao isolamento são capazes de explorar novos ambientes. Um não é melhor que o outro, os dois são necessários para a preservação da espécie.
TIMIDEZ – Se você é introvertido não significa que é solitário. Por exemplo, uma pessoa pode se sentir completa com apenas um bom amigo. O que importa é a qualidade das relações.
SER FELIZ SOZINHO – Ser feliz sem compromisso é frustração na certa. Por exemplo, hoje eu decido ser feliz nos próximos seis meses, comprando tudo que sempre quis, fazendo tudo que sempre quis fazer, vou esquecer de prestar atenção nas pessoas. Assim, terei problemas na qualidade das minhas relações. O que faz uma pessoa feliz são as relações que estabelece com as outras, a solidão é a ausência de contatos significativos. Mas, novamente, não é porque sou solteira que sou sozinha, posso ser casada e ser sozinha. O que é pior que ser só, pois só, tenho possibilidades maiores de me relacionar com outras pessoas. Mas, na nossa sociedade, a idéia de felicidade está associada ao casamento, união amorosa.
TEMPO PARA SI – Para manter um bom contato com as pessoas, você precisa se distanciar delas de vez em quando, ou tudo ficará cansativo. As pessoas não trazem apenas coisas boas, elas possuem demandas. É preciso dar um passo pra trás, para alcançar o equilíbrio. Lembrando que ficar só, não é o mesmo que ser solitário.
EGOCENTRISMO – A solidão quando ignorada pode comprometer a capacidade do indivíduo de se relacionar. Igual a fome, se a gente não faz nada, vai chegar um momento que prejudicaremos o nosso organismo e não conseguiremos mais procurar comida. Como defesa, a pessoa se preocupa mais consigo mesma, como forma de proteção. Ele fica tão focada em si que compromete sua capacidade de estabelecer contato com o outro, pois sempre se coloca acima de tudo e todos.
CÁSULO – Solitários crônicos tendem a se retrair e não sabem o porque isso acontece. Eles contribuem para o próprio isolamento. Para isso mudar, é preciso estabelecer contato com outras pessoas, começar a interagir, ajudar as pessoas. É preciso também selecionar os amigos com cuidado. Temos a tendência a supervalorizar os momentos ruins e desvalorizar os bons, isso também contribui para solidão.
REDES SOCIAIS - Tudo depende de que forma você usa as redes sociais. Se são usadas como substituto para a realidade física, elas incrementam a solidão, mas se são complementos da vida real, são benéficas.
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